
Nunca fui fã de leituras de livros pela Internet, além de ser cansativo, eu gosto de sentir o cheiro das páginas.
Quase todos os dias, como num ritual, abro um livro nem que for para ler algumas frases somente.
Hoje encontrei um amigo de longa data, Drummondzinho, para os íntimos. Ele sempre tem algo de novo para me dizer, mesmo que seja com palavras já ditas.
Acordar, viver
Como acordar sem sofrimento?
Recomeçar sem horror?
O sono transportou-me
àquele reino onde não existe vida
e eu quedo inerte sem paixão.
Como repetir, dia seguinte após dia seguinte,
a fábula inconclusa,
suportar a semelhança das coisas ásperas
de amanhã com as coisas ásperas de hoje?
Como proteger-me das feridas
que rasga em mim o acontecimento,
qualquer acontecimento
que lembra a Terra e sua púrpura
demente?
E mais aquela ferida que me inflijo
a cada hora, algoz
do inocente que não sou?
Ninguém responde, a vida é pétrea.
Um comentário:
Adoro esse poema...pois como todos de Drummond me soa meio comunista..Mas vale tb comentar o caso do vestido..q pra mim é o melhor
Postar um comentário